domingo, 7 de outubro de 2007

Reffis: a jogada de marketing do São Paulo

Paula Almeida, especial para a GE.Net



O que um clube de futebol faria com US$ 2 milhões? Talvez comprasse um atleta de nível mediano, para a disputa de um campeonato com importância igualmente relativa. Mas esse não foi o caso do São Paulo. A nova diretoria do Tricolor montou em seu Centro de Treinamento uma área de reabilitação de atletas que tem aproximadamente esse valor.
O centro possui aparelhagem de última geração
O Reffis (Reabilitação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica) do São Paulo é uma referência dentro e fora do país, o que com certeza se constitui em uma grande jogada de marketing. Com o trabalho integrado de profissionais de diversas áreas do clube (fisioterapeutas, fisiologistas, preparador físico, nutricionista, professora de hidroginástica), o centro conta com uma aparelhagem de ponta e espaços variados, que permitem aos atletas constantes avaliações físicas, tratamento e prevenção de lesões.

O investimento é recente. A montagem do Reffis teve início há pouco mais de um ano, com a iniciativa da nova diretoria. Sob o comando de Juvenal Juvêncio, a parceria com uma empresa de aparelhos de musculação (Life/Fitness) permitiu que uma sala de equipamentos de última geração fosse montada. Foi assim que o Tricolor adquiriu, entre outros aparelhos, uma esteira que custa US$ 20 mil. Valor alto? Não, se comparado ao dinamômetro isocinético que avalia a musculatura dos atletas e custa US$ 80 mil.

Os investimentos têm surtido efeito. Ao longo de todo o Campeonato Brasileiro, o São Paulo foi uma das equipes que quase não sofreu com lesões. Atualmente, apenas o goleiro reserva Flávio está em tratamento no Reffis. Os profissionais creditam isso à prevenção, foco número um do Centro. “Na verdade, o que eu acho que é a parte principal não é só o aspecto de o pessoal vir se tratar aqui, mas sim o São Paulo prevenir essas lesões”, explica Sasaki, para quem os gastos com a recuperação de um atleta lesionado são bem maiores que com sua prevenção.

Empenhada na manutenção do Reffis, a diretoria autoriza os profissionais da área médica a acompanharem as novas tecnologias que surgem no exterior.

Hoje o Reffis cuida de atletas de outros clubes.

A lista é vasta e conta com Edu, Júlio Baptista, Denílson, Kaká, Fábio Aurélio e Gustavo Nery, todos ex-jogadores do São Paulo que já estiveram no Reffis depois de deixarem o Tricolor. O português Abel Xavier também já se tratou no Centro.

Apesar das qualidades, o Reffis não é perfeito, e a avaliação é do próprio Ricardo Sasaki. Para o fisioterapeuta, o espaço usado pelo Centro de Reabilitação deveria ser maior para atender os atletas com maior comodidade. “O grande problema que a gente tem aqui dentro é a parte de área. Se a gente tivesse uma área maior, seria melhor, é claro. Nós temos o problema de não poder construir mais nada aqui dentro”.

Uma solução, porém, já está em andamento. O São Paulo está construindo na cidade de Cotia um novo Centro de Treinamento, em uma área maior que aquela da qual o clube dispõe na capital paulista.

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